terça-feira, agosto 21, 2007

Quando Tudo Está Perdido

É, aos poucos o Distinto Blogueiro vai voltando à ativa.
Confesso que o fato de ninguém sequer visitar ou comentar por aqui tem me desmotivado. Se bem que na atual situação, até bala Juquinha tá me deixando chateado hehe...

O post de hoje é praticamente um testemunho (calma, não sou pregador evangélico. Nada contra, mas digamos que o espaço aqui é livre para discussão). Calma, não vai sair nenhuma revelação bombástica daqui não. Nada mais é do que a descrição de um fato triste que ocorreu na noite de segunda-feira...
Estava o blogueiro a caminhar pela rua, com a musiquinha na orelha, o celular no bolso, pensando em como vai gastar o faz-me-rir do próximo mês quando de repente, não mais que de repente avisto um monte de coisa na calçada (tava sem óculos, nao dava pra identificar o que era pô!). Quando passei pelo "monte de coisa na calçada" reparei que eram "n" sacos de lixo abertos, sendo vasculhados por duas crianças...
(Pausa pra se recuperar).
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É, pois é. Ainda vivemos num mundo em que pessoas morrem de fome e vivem sem a menor condição de dignidade, abaixo de nós, como se estivessem em outro mundo que não o nosso. O interessante é que na mesma tarde, ao sair do metrô Sé, um rapaz veio conversar comigo e pedir esmola... eu que nunca dou esmola tinha umas moedinhas no bolso e resolvi entregar a ele, pouco me importando se ele ia gastar aquilo indo embora ou com cachaça... literalmente pra "me livrar" do cara sabem? E à noite a cena que vi parecia um lembrete, que não dá pra se livrar disso, que o que falta é boa vontade e principalmente AÇÃO.
Ação sua, minha, do seu vizinho. Tem muita gente que faz o que pode por um mundo mais digno. Outros, fazem o que pode e o que não podem. E tem aqueles que simplesmente não fazem nada. E você leitor? E você, Distinto Blogueiro?
Até quando vamos compactuar com isso???
Tem umas duas ou três semanas, no dia 04 de agosto pra ser preciso, teve uma passeata pelo impeachment do Lulla. Até iria, não fosse o fato de já ter ido em passeatas e ter visto pouco ou nenhum resultado. Pior, fiquei me sentindo um babaca porque aquilo não fazia a menor diferença pra quem precisa mesmo. O Brasil não pode mais ficar parado esperando o governo ou a iniciativa privada. Ou sei lá quem.
A geração da década de 70 fez muito, mas muito pela liberdade política e artística. Hoje posso parafrasear Geraldo Vandré e Caetano, oba! Mas... de que adianta a liberdade de berrar a plenos pulmões "PORQUE NÃO!? PORQUE NÃÃO?" se eu tô gritando sozinho? Quanto mais pessoas puderem gritar "PORQUE NAO?", mais forte seremos.
Enquanto isso, o tempo não pára...

Saravá!

PS: no ano de 2000 o DB teve a chance de se reunir com muitos amigos em Curitiba. Um deles contou uma "parábola" muito interessante e que cabe muito bem aqui. Era a história de um pescador muito, mas muito velho que costumava caminhar na praia, todo fim de tarde. Certo dia uma tempestade cai, e o mar sofre com as ressacas. Ao fim do temporal, ele vai dar a costumeira volta pela praia e encontra um garoto ao lado de um monte gigante de estrelas e bolachas do mar. O garoto estava lançasndo-as de volta ao mar, uma a uma. O velho, sabendo que o garoto jamais poderia salvar a todas, diz ao garoto:
"Oras, você não conseguirá salvar todos esses bichos. Porque perdes seu tempo? Que diferença farás?"
O garoto, em toda a sua inocência responde ao velho: "Posso não salvar todas. Mas para aquelas que eu salvar, terei feito toda a diferença do mundo."

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