sábado, janeiro 30, 2010

Sobre tristeza

Há todo o tipo de tristeza. Não há tristeza certa ou errada - mas a tristeza em si, é sempre errada; injusta de alguma forma.
Não há covardia maior do que deixar alguém triste. Porque a tristeza significa a exteriorização das nossas fraquezes. Ficamos tristes quando perdemos alguém que amamos. Quando vamos embora de um lugar que tanto nos fez bem, nos fez sorrir.
O sorriso é a antítese da tristeza. O sorriso é quase a verbalização da alegria, do querer bem. Quase porque sorrir é, na verdade, um estado de espírito.
Tal qual a tristeza. Quando estamos tristes, tudo à nossa volta é mais silencioso e barulhento ao mesmo tempo. Na tristeza encontramo-nos com quem não queremos ser, num mundo que não queremos estar.
Ficar triste faz parte do crescimento enquanto ser humano, mas não há estupidez maior do que ficar triste.
Há na tristeza a penalização por termos emoções, por termos compaixão pelo outro.
Isto nos faz tristes, mas nos torna belos.

Saravá!

terça-feira, janeiro 26, 2010

Soneto Sem Compasso

Cansado.

Cansado, chateado.

Cansado, chateado, Cansado.

chateado, Cansado.

chateado, Cansado, Pif4d0.

Pif4d0, atrapalhado, chateado.

Cansado. Muito cansado.

Azul.

Nem verde nem branco, azul.

Azul, chateado, Pif4d0.

Nem verde nem branco, Cansado.

Nem verde nem branco, atrapalhado.

Atrapalhado, chateado, Cansado.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Sobre tragédias

2010 não é um ano que começa com esperança de que tudo será melhor. E com tudo que aconteceu, a tal da esperança - se já não era suficiente - ficou ainda menor. Viramos o ano vendo famílias inteiras debaixo de água, famílias de amigos debaixo de terra e tristeza num dos lugares mais lindos do mundo.
Estive na Ilha Grande em outubro e aquele lugar mexeu positivamente comigo. De um jeito diferente, me recarregou as pilhas (mesmo que a vida útil destas esteja no fim). Tive uma semana muito legal por lá e quando vi o que aconteceu, fiquei bastante abalado. Sei que é um lugar alegre e muito simples, mas também bastante acolhedor. Me imaginei na situação da turma que estava lá. Não consigo imaginar o que é ter que correr para salvar a própria vida, ouvindo aqueles que você ama gritar de desespero. Eu gritaria junto. Ou não. Não sei, não há como saber.
E o tal do acaso, não contente com tudo o que sofre o Haiti, ainda resolve destruir tudo o que há por lá. Porquê? Qual o motivo, razão ou circunstância que leva isso a acontecer?
Sei que não posso, que as coisas não funcionam assim, mas que cazzo de justiça divina é essa? Que porra de destino maldito essa gente tem?
Nessas horas, a vontade que dá é de largar tudo e ir pra lá, ajudar de alguma forma. Ser alguém importante na vida alheia, dar carinho e compaixão, dar um abraço de esperança - mas será que isso ainda existe?

Saravá...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sobre limites

Prosa, verso, poesia.
Existe limite pra isso? Quem há de saber?
Não há métrica para uma idéia,
não há céu, não há chão.
Ou há?

Há de existir talvez
(mas só talvez)
A prática, o exercício,
mas não o fim - e nem tampouco, o começo.