segunda-feira, setembro 06, 2010

Crime e castigo

Hei de cometer um crime contra a poesia, ao passado e à História: vou usar uma estrofe de Vinicius de Moraes. Que o Mestre possa me perdoar pela ousadia...

De repente, não mais que de repente
O que devia ser não era mais
De repente, não mais que de repente
O verso alegre tornou-se triste,
O sussurro próximo ficou distante.
De repente, não mais que de repente
O atalho, tão curto,
Tornou-se estrada longa, solitária
A luz escureceu
E tudo que era, já não é mais.
De repente, não mais que de repente...


Que a vida muda e nem sempre há razão - se é que há razão na vida. Nem sempre precisamos entender dado que a aceitação é também liberdade. É se afastar e aproximar, ah, essa vida, esse mar furioso que tanto traz, mas tanto leva.
Que há de ser de quem busca velejar essa violência de paixões, ondas, momentos, fotos, alegrias, tristezas? Há coragem e fibra suficiente? Há instinto que nos faça atravessar esse pedação de água, vento e desconhecido?
O que, quem e como levar adiante?

Saravá

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