quarta-feira, setembro 15, 2010

Rodando o Mundo - I

Porque é rodando o mundo que o horizonte fica largo...

Meus Vinte Anos (samba, 1942) - Wilson Batista e Sílvio Caldas
Sílvio Caldas

Nos olhos das mulheres / No espelho do meu quarto
É que eu vejo a minha idade / O retrato na sala
Faz lembrar com saudade / A minha mocidade

A vida para mim tem sido tão ruim / Só desenganos
Ai, eu daria tudo / Para poder voltar
Aos meus vinte anos.

Deixaste minha vida / A sombra colorida
De uma saudade imensa / Deixando-me ficaste
Mostrando-me o contraste / Matando a minha crença

E hoje desiludido / Muito tenho sofrido
Cheio de desenganos / Ai, eu daria tudo
Para poder voltar / Aos meus vinte anos
.


Do excelente Cifra Antiga

segunda-feira, setembro 13, 2010

Laçado

Que a vida é um laço
Cheio de entrelaços, embaraços
Feito novelo de gato,
Em formato redondo, já que segue sem rumo

Cheia de nós a serem desfeitos
e feitos
Nós laçados, meio assim, entrelaçados
À base de braços, laços, abraços

Saravá!

segunda-feira, setembro 06, 2010

Destilando ódio

Vamos falar de polítik??? Sim! Vamos! 2010, ano do anti-cristo solto na rua! Tá loco.
Ano de eleição, hora de escolher o que seremos pelos próximos 4 anos. O que seremos? Rá! Seremos a mesma coisa que somos agora: alguns milhões de seres humanos que carregam no peito o orgulho verde e amarelo, que sabe que não depende de ninguém para conquistar o pão de cada dia.
Não importa qual (tirem as crianças da sala!) filho-da-putaex-militante-anti-milicos vai levar a eleição, ah, para eles o que importa é estar no poder. Não importa extorquir uma classe média seca de recursos e iludir uma classe mais necessitada com pão e circo, desde que o poder esteja nas mãos de 13s ou 45s. Que morra toda essa corja que domina o país, dos que têm o poder da caneta aos que têm o poder do dinheiro sujo, maltrapilho e mal gasto.
Morram, calhordas! Não me venham com jingles imbecis, com impostos indecentes e discursos montados. Que Serras, Dilmas e todos que lhes dão apoio morram de fimose ou coisa que o valha - e que sejam enterrados nas valas e que seus mausoléus sejam preenchidos por aqueles que batalharam a vida inteira e que merecem cortejos fúnebres, porém dignos de suas vidas.
O que se quer nesse país não é um país melhor, mas uma cópia mais pobre e mal feita do que não somos. Não somos a nação do cartão de crédito, do boleto, mas é isso que querem nos tornar. No dia de votar, não há muito o que se fazer, a não ser pensar em quem pode atrapalhar menos a sua vida, seu proletário otário. Somos otários que pagam pedágios que sustentam vagabundos em seus prostíbulos de negócios e negociatas, de vagabundos endinheirados que matam mendigos e queimam indígenas e nada acontece à esses. Somos otários que pagam imposto de renda, suada e febril, para sustentar reformas a custos exorbitantes, para sustentar famílias centenárias que comandam os Maranhões de nosso país.
Que há de chegar o dia em que poderemos adentrar o palácio do planalto e nos orgulhar do brasileiro que está lá, que sabe como fez para estar na cadeira mais importante do país.

Saravá.

Crime e castigo

Hei de cometer um crime contra a poesia, ao passado e à História: vou usar uma estrofe de Vinicius de Moraes. Que o Mestre possa me perdoar pela ousadia...

De repente, não mais que de repente
O que devia ser não era mais
De repente, não mais que de repente
O verso alegre tornou-se triste,
O sussurro próximo ficou distante.
De repente, não mais que de repente
O atalho, tão curto,
Tornou-se estrada longa, solitária
A luz escureceu
E tudo que era, já não é mais.
De repente, não mais que de repente...


Que a vida muda e nem sempre há razão - se é que há razão na vida. Nem sempre precisamos entender dado que a aceitação é também liberdade. É se afastar e aproximar, ah, essa vida, esse mar furioso que tanto traz, mas tanto leva.
Que há de ser de quem busca velejar essa violência de paixões, ondas, momentos, fotos, alegrias, tristezas? Há coragem e fibra suficiente? Há instinto que nos faça atravessar esse pedação de água, vento e desconhecido?
O que, quem e como levar adiante?

Saravá