Eu tenho vergonha na cara. Isso vem da base, do berço. Eu tenho vergonha quando meu time não faz o que devia fazer. Eu assumo isso. Porque aí está a grandeza de espiríto: reconhecer o erro. É diferente de pedir desculpa. Isso é fácil. O difícil é encarar a vida, o maledetto dia-a-dia depois de cometer um erro tão grotesco (ou nem tão grotesco assim). Erramos por vários motivos, o tempo todo. Alguns erram por serem passionais demais, outros por serem mais frios. O fato é que todos erramos, nos envergonhamos. Mas mais importante que qualquer coisa, é manter seus valores.
No caso da Sociedade Esportiva Palmeiras, é vergonhoso perder uma taça do jeito que aconteceu. Não me importa se o técnico não tem competência, se os jogadores entregaram. O fato é que eu tenho vergonha quando meu time não faz o que deveria. Não joga bola. Mas eu tenho MAIS vergonha ainda de quando ele ganha por erros do juiz. Não foi o caso de ontem, que empatamos numa trapalhada do juiz. O gol foi legal. Eu me envergonho é de ter deixado o lanterna do campeonato abrir dois gols de vantagem. Mesmo assim, se perdessemos, seria na bola, a Minerva do futebol, a que não perdoa.
Agora, um recado à escória do Jardim Leonor: vocês são pequenos. Porque não importa o que vocês ganhem, há muito mais para se conquistar do que as taças. Há o respeito mútuo, há a história, a honra e os valores que regem tudo isso. Não se pode ser grande tripudiando do pequeno. Roubando o pequeno. Ou o grande. Uma história manchada sempre será uma história manchada. Quem corre do campo por medo de perder, não merece ser chamado de "grande". Porque o grande de verdade tem vergonha na cara. Apanha, cai, se arrebenta todo. Mas levanta, e de cara limpa. Ele não nega os erros que comete. Ele não cospe na cara, nem dos seus inimigos nem dos seus rivais. A nobreza é nele reconhecida como a nobreza dos grandes reis, daqueles que têm sangue honrado nas veiras. Sangue de quem sua a camisa no dia-a-dia.
Saravá.
2 comentários:
Vamos manter o espaço devidamente limpo.
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