quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Up In The Air

Ou o abrasileirado "Amor Sem Escalas". Tirei uma noite sabática e resolvi assistir o tão elogiado filme do antigo Dr. Doug Ross. E o filme merece os elogios que vem recebendo.
Se você tá achando que é mais uma comédia romântica, daquelas que terminam com todo mundo sendo feliz pra sempre, pense de novo e escolha outro filme. Claro que o DB não vai estragar a surpresa e contar o fim do filme, mas se prepare para reviravoltas na trama, que lhe farão dizer "Uuuuuuia...".
Jorge Clunei (já que abrasileiraram tão mal o nome do filme) é mesmo o cara pro papel de Ryan Bingham, um sujeito que é pago para demitir as pessoas. O sujeito é metódico até o talo, mas ao mesmo tempo ele tem o "time" perfeito para o papel de canastrão-sensibilizado-descolado-cool.
Bingham desenvolveu toda uma metodologia para o que ele define ser o trabalho dele: ajudar as pessoas num momento em que estão sensibilizadas. A base dessa metodologia é desenvolvida de formar bastante peculiar pelo roteiro: ele a explica através das palestras motivacionais que é pago para ministrar, sendo que o tema da palestra é "Esvaziando a sua mochila". Nas palestras, ele mostra para as pessoas o quanto a vida delas fica mais pesada conforme vai passando. E isso vai acontecendo durante a história, como se o palestrante fosse o comentarista do filme, aquele cara que vai explicando as passagens para a platéia. Essa ferramenta é utilizada de forma bastante inteligente pelo filme, pois não passa tudo mastigadinho para o público - o que é bastante difícil hoje em dia.
A personagem é construída ao longo do filme, que vai apresentando o raso homem que é Bingham, e como ele constrói sua relação com o mundo e as pessoas. O grande desafio é quando sua companhia muda o modus operandi - portanto, o modo de vida que ele escolheu.

O filme defende um ponto de vista bastante interessante, pois mostra uma personagem que é feliz - ou acomodada - com suas escolhas. Entender a comodidade como felicidade ou a felicidade em ter comodidade vai da perspectiva do espectador. O tema central do filme trata exatamente sobre isso: perspectiva e decisões. A história de Bingham mostra o quanto as nossas escolhas interferem na busca pela felicidade - mas mais do que isso, mostra o quanto precisamos ter paz de espiríto para escolher qualquer coisa.

Ah, raramente comento sobre a técnica de algum filme, até porque não entendo mierda alguma... mas a fotografia desta película me chamou a atenção, principalmente no quase-final do filme. Não vou contar o que e nem como, mas a câmera é utilizada como se fosse uma câmera amadora. Sutil, mas belo.

Por fim, se você está procurando um filme que seja muito bom, envolvente e não seja só entretenimento, "Up In The Air" vale cada centavo do salgado preço que os cinemas cobram hoje em dia.

Saravá!

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Um comentário:

Patricia disse...

Você devia criar um marcador #ficadica, hehehe.