quinta-feira, abril 17, 2008

Guerra Civil - A confissão



Acho que é a primeira vez que o Distinto Blogueiro fala sobre quadrinhos aqui no blog. Porque? Não sei. Existem muitas histórias que são legais pra comentar, mas acho que é a primeira vez que senti MUITA vontade de falar sobre isso.
Enfim, vamos ao que interessa.

Pra quem não sabe, "Guerra Civil" foi um evento da Marvel que dividiu os heróis da editora. A guerra tem início quando o governo norte-americano resolve que os super heróis que atuam fora da leiu devem ser TREINADOS e REGISTRADOS (tornando-os uma força GOVERNAMENTAL, ou seja: os heróis seriam FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS - aqui no Brasil, DUVIDO que eles iriam reclamar).
Bom, acontece que nem todos os heróis acham legal fazer parte do governo norte-americano: isso lhes custaria a LIBERDADE.
Bom, isso posto o mundo Marvel fica dividido entre os pró-registro, liderados pelo playboy e Homem de Ferro TONY STARK, e os heróis ante-registro, liderados pelo CAPITÃO AMÉRICA, o soldado Steve Rogers (que lutou na segunda grande guerra).

Pois bem, não vou entrar em detalhes, mas ao final da "Guerra Civil" o Capitão América se entrega e acaba sendo assassinado...

As duas histórias entituladas "A Confissão" são as histórias sobre os comos e porquês dos dois protagonistas e líderes de toda a quizumba.

A primeira história é a do Homem de Ferro, assumindo os erros dele e se justificando para o amigo (morto) Capitão América e confessando que agora, vendo as consequencias da guerra (a morte de Steve Rogers, amigo de Tony Stark) ele acha que não valeu a pena. A segunda é o Capitão América questionando ao "Diretor Stark" se valeu a pena se "vender" ao assumir o lado pró-registro. O Capitão fala sobre a liberdade e que sabe o quanto custa ser livre.

Enfim, o que isso tem a ver com o blog? Muita coisa. Fora todos paralelos que podemos fazer com a atual conjuntura política (lembrando que essa guerra começou em 2006 em terras gringas), duas coisas me chamaram MUITO a atenção: a forma como Stark enxergou a guerra e a forma como ambos abdicaram de coisas importantíssimas para defender seus pontos de vista.

Stark entende que numa guerra, não existem mocinhos e bandidos, apenas "forças antagônicas". É interessante pensar que numa guerra (ou numa discussão, numa briga com a esposa ou com os pais) existe um outro lado. Um lado que também acredita no que fala e defende. Talvez um dos dois possa estar influenciado por alguém ou ainda não conhecer a fundo o que defende, mas quem regula a nossa moral? QUEM diz o que é certo e o que é errado? Numa guerra, quem é herói e quem é bandido? No nosso dia-a-dia, quem é herói quem é bandido?

É desse pressuposto que o Capitão defende o não-registro, já que ele custará a liberdade dos heróis (e também de seus alter-ego). O governo seria a bússola moral deles? Mas espera aí, quem disse que a guerra no Iraque é moralmente correta? Que os iraquianos são os terroristas?
Bom, o Capitão abdica da amizade dele com Tony, abdica o que ele representa para o povo norte americano e parte para defender os interesses e direitos dos seus iguais (heróis), aqueles que mesmo nunca recebendo nada, ou recebendo apenas hostilidade daqueles que eles defendem. Ou seja, ele defende os ideais de liberdade, mesmo sabendo o que isso custaria.

O mais legal nisso tudo é a forma como podemos fazer paralelos. Como em qualquer outra forma de arte, os quadrinhos tentam passar uma mensagem, pois trata-se de uma forma de comunicação, de expressão humana. Os mais chatos podem dizer que trata-se de uma forma imperialista dos EUA se colocar em evidência, e blablabla... mas não. A Marvel, juntamente com sua equipe de artistas, usou o slogan "De que lado você está?" durante a guerra.
E hoje, faço a mesma pergunta: de que lado estou?

Saravá!

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